
ADORANDO COM O CORAÇÃO E A MENTE:
A DOUTRINA PURITANA DA PREPARAÇÃO E CONCENTRAÇÃO NO CULTO PÚBLICO
Christopher Gomes Vicente*
RESUMO
A falta de concentração e divagação é uma luta e um problema real enfrentado por todo crente. O caráter pastoral dos puritanos os conduziram a instruir a igreja sobre como resolver este grande e comum problema. Seu ponto de resolução foi a doutrina da preparação para o culto público. Neste artigo será exposto (1) um breve conceito de culto público na perspectiva puritana; (2) a relação dos aspectos externos e internos na adoração; (3) a necessidade e os motivos para a preparação; (4) os meios para a preparação e (5) a sua finalidade: a concentração em cada momento do culto; um breve quadro da doutrina puritana da preparação e concentração no culto público.
PALAVRAS-CHAVE: Puritanismo, Culto Público, Adoração, Preparação, Concentração.
1. INTRODUÇÃO
O Puritanismo foi um movimento de reforma calvinista no período da Reforma Protestante do século XVI-XVII, atuante, especialmente, nas Ilhas Britânicas. Possuía o forte desejo de reforma completa[1] da Igreja da Inglaterra que, embora tivesse se divorciado da Igreja Romana por questões políticas, não se reformou em sua teologia e prática.
Como afirma Martyn Lloyd-Jones: “O puritanismo começou com este interesse por uma Reforma completa”[2], foi um “movimento espiritual apaixonadamente preocupado com Deus e com a piedade cristã”.[3] Seu objetivo principal era uma Igreja Pura, uma Igreja verdadeiramente Reformada.[4] Tal reforma se estendia em todas as áreas de existência humana[5] e isso também se aplicava ao culto. O desejo ardente deles era retornar à simplicidade cúltica neotestamentária[6], baseada estritamente no que Deus ordena. Tal reforma cúltica está na essência do puritanismo – afirma Peter Lewis.[7]
Há três aspectos do conceito puritano de culto que podem ser destacados aqui para a finalidade do artigo: (1) O Princípio Regulador do Culto; (2) O culto como encontro do povo de Deus com o Deus do povo; (3) A totalidade do homem envolvido no serviço. O entendimento de tais conceitos estabelece a base para a compreensão da doutrina da preparação para o culto público.
Sob influência de João Calvino,[8] os puritanos abraçaram o que é chamado de Princípio Regulador do Culto. O conceito puritano de culto está intimamente ligado a este Princípio. Ele ensina que o culto deve ser bíblico, no sentido de “o que não for diretamente ensinado nas Escrituras ou necessariamente inferido do seu ensino, é proibido no culto”.[9] Essa era a mentalidade puritana.[10]
Além do princípio regulador, outro conceito puritano importante quanto ao culto é: o culto enquanto um encontro do povo de Deus com o Deus deste povo (Êx 29.42). Conforme afirma Jeremiah Burroughs: na adoração, o crente se aproxima de Deus[11], ou seja, “quando adoram a Deus, homens e mulheres chegam-se a Ele”[12]. Com isto, afinam-se o puritano presbiteriano Stephen Charnock: “na adoração, Deus se aproxima do homem”;[13] e John Owen: “as atividades do culto [...] são meios pelos quais os crentes experimentam realmente a presença de Deus”.[14] Em outras palavras, o culto é um diálogo entre Deus e seu povo redimido[15] e isto está fundamentado no Pacto dEle com este povo.
Por último, o culto é um serviço prestado a Deus que envolve todo o homem. Não é algo somente externo, mas também envolve o seu coração. Se o Princípio Regulador do Culto estabelece os elementos e aspectos externos do culto, o aspecto da totalidade do homem no culto envolve o coração e interior do homem. Conforme o puritano George Swinnock afirmou: “Toda a reverência e todo o respeito interiores, e toda a obediência e serviço externos para Deus, que a Palavra nos impõe, estão embutidos nesta palavra: adoração”.[16] Tal entendimento puritano procura fugir da justa reprovação do Senhor contra o Reino do Sul em sua adoração nos dias do profeta Isaías.[17] É nesse contexto e sob tais conceitos que se desenvolve a doutrina puritana da preparação para o culto público ao Senhor.[18]
2. ADORAÇÃO (EXTERNA VS. INTERNA) E A PREPARAÇÃO PARA ADORAÇÃO
Alguns, por causa do Princípio Regulador do Culto, tendem a achar que o “culto puritano” é frio, formalista e cerimonial. Tal raciocínio não reflete, nem de longe, a mentalidade puritana. Aliás, era exatamente o contrário. Os puritanos entendiam o equilíbrio entre os caráteres externos e internos da vida cristã.[19] Eles não enfatizavam um em detrimento do outro. Sua ênfase estava no que as Escrituras enfatizavam: tanto o externo (os elementos de culto) quanto o interno (o coração do adorador) são importantes.
Os puritanos faziam severas advertências e reprovações àqueles que se apresentavam à adoração com formalismo. Esse era o contexto do Anglicanismo que eles combatiam, como dito por Lloyd-Jones: “O puritano dá ênfase à espiritualidade do culto; o anglicano, ao aspecto formal do culto, e se interessa mais pela mecânica do culto”.[20] Um excelente exemplo desta oposição puritana ao formalismo e cerimonialismo encontra-se em Jeremiah Burrouhgs. Ele adverte:
Quanto àqueles que adoram a Deus de maneira formal, essa mesma adoração se mostrará tediosa para eles, pois executam os deveres, mas não encontram a Deus nesses deveres assim como acontece com os santos, que o encontram espiritualmente. Se, por alguma razão, eles pensam que se encontram com Deus, tudo não passa de imaginação, não é nenhum encontro real com Deus. [...] sabemos por experiência que todos os que professam a religião e adoram a Deus com hipocrisia e formalidade têm sido amaldiçoados em suas qualidades e dons habituais. [...] Aos que adoram de maneira formal e com coração impuro, declaro: isso depõe contra a boa reputação de Deus.[21] (grifos nosso).
Leland Ryken observa bem ao dizer que o culto puritano, quando “comparado aos cultos católico-anglicanos, poderia com exatidão chamar-se anticerimonial”.[22] A simplicidade era a marca do culto puritano – em todos os aspectos, tanto litúrgicos quanto ornamentais. Exatamente por causa desta característica, os puritanos davam muita ênfase em não somente adorar a Deus da maneira correta, conforme prescrita em sua Palavra, mas adorar a Deus com o coração correto. E a preparação para o culto público era o meio para esse “coração correto” diante de Deus nos santos exercícios.
A preparação para o culto público, em muitos aspectos, confunde-se com a preparação para o Dia do Senhor, pois o culto público-congregacional ocupava o lugar central no Dia do Senhor.[23] Muitos puritanos fizeram essa fusão. Thomas Vincent, por exemplo, comentando a exposição do quarto mandamento no Breve Catecismo de Westminster, aborda e discorre sobre a preparação para o culto público.[24] Os Padrões de Westminster, documentos confessionais que refletem a doutrina e a mentalidade puritana, expressam essa doutrina ao dizer no capítulo XXI, seção VIII:
Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.[25] (grifo nosso).
Observa-se o grifo do autor: tendo devidamente preparado os seus corações [...] ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto. No Catecismo Maior de Westminster (pergunta 117) esta doutrina também pode ser vista da seguinte forma:
O Sábado, ou Dia do Senhor (=Domingo), deve ser santificado por meio de um santo descanso por todo aquele dia, [...] nos exercícios públicos e particulares do culto de Deus. Para este fim havemos de preparar os nossos corações, e, com toda previsão, diligência e moderação, dispor e convenientemente arranjar os nossos negócios seculares, para que sejamos mais livres e mais prontos para os deveres desse dia.[26] (grifo nosso).
Observa-se novamente o grifo do autor: para este fim havemos de preparar os nossos corações. A pergunta é: qual o fim? O fim de santificar o dia “nos exercícios públicos e particulares do culto à Deus”. O mesmo pode ser visto nas perguntas 121 (ainda tratando sobre o Dia do Senhor), 160 (a preparação para ouvir a Palavra Pregada), 171-172, 175 (a preparação para receber a Santa Ceia) e 181 (a preparação para orar). Todas as perguntas tratam dos elementos de culto e do preparo para participar deles.
Está claro, portanto, que a doutrina da preparação estava intimamente ligada com a doutrina do culto público e do Dia do Senhor. Ela é uma obra necessária: “Antes que adoremos a Deus precisamos preparar-nos adequadamente. [...] É preciso haver preparação para adorar a Deus” – diz Burroughs.[27] Igualmente, Owen: “Precisamos preparar-nos antes de vir ao culto”.[28] Mas, por que ou por quais motivos a preparação para o culto público é necessária?
3. MOTIVOS PARA A PREPARAÇÃO PARA O CULTO PÚBLICO
Jeremiah Burroughs, em sua obra Adoração Evangélica,[29] destaca quatro motivos para defender a necessidade de preparação.[30] (1) O primeiro é a grandiosidade do Deus adorado. Ele é “um Deus grande e glorioso”. Se estamos lidando com a infinita, gloriosa e temível Majestade de Deus, devemos, então, nos preparar para isso. (2) Segundo, pelo que o culto é: um encontro com Deus. Deus virá até o crente e o coração do crente irá até Deus; por isso, para este encontro tão majestoso, deve-se ter preparação. “Se ao menos os homens compreendessem a grandeza das atividades relacionadas à adoração a Deus, veriam a necessidade de se prepararem para elas”. (3) O terceiro motivo da necessidade da preparação reside na natureza do adorador. Seu coração é extremamente despreparado para toda boa obra. Mesmo, em Cristo, “é preciso haver preparação [do coração], então, pelo fato de sermos assim tão inadequados para chegar à sua presença”. (4) O quarto motivo está nos grandes impedimentos que existem para adorar a Deus, tais como: confusão, tentação do diabo, desconforto físico, etc. “É preciso haver preparação porque no caminho [até o culto] existe muita coisa que atrapalha”. Alguém pode julgar que tais coisas tiram a sinceridade do coração. Contudo, é exatamente o contrário - Burroughs argumenta.[31]
O preparo para o culto (em especial, a Ceia), ilustra Thomas Watson, é semelhante ao afinar dos instrumentos por um músico (o adorador), antes de tocá-lo (culto).[32] Quais, então, são os meios e modos para se preparar o coração para a adoração público-corporativa no Dia do Senhor?
4. MEIOS PARA A PREPARAÇÃO PARA O CULTO PÚBLICO
Como vem sendo exposto, essa doutrina era de grande importância para os puritanos e se imiscuía com a preparação para o Dia do Senhor. Preparar-se para o culto, de maneira geral, era se preparar para o Dia do Senhor e vice-versa.[33] Mesmo com essa íntima relação, há abundância de orientações específicas quanto à preparação para o culto. A preparação para o culto solene deve marcar a vida do crente e da comunidade.[34] “Os puritanos inculcaram uma preparação específica para a adoração – não apenas para a Ceia do Senhor, mas para todos os serviços [cúlticos]”.[35] Quais os meios ordenados para essa preparação? Como alguns dos meios são praticados antes, durante e depois da adoração, não será estabelecida uma distinção rígida, mas, conforme necessário, será pontuado o momento.
4.1. Vida de santificação
O primeiro elemento de preparação para o culto público é uma vida de santificação durante a semana que o antecede (e, certamente, durante toda a vida). Isso diz respeito àquilo que Paulo e o autor aos Hebreus chama de “consciência pura com a qual o crente se aproxima de Deus” (2 Tm 1.3; Hb 9.14). Nas Escrituras, diz Burroughs, “santificar-nos a nós mesmos para adorar e preparar-nos a nós mesmos para adorar são a mesma coisa”.[36] E Owen associa a preparação com “apartar o coração de todo caminho pecaminoso (pelo menos esforçar-se para fazê-lo)”.[37] Burroughs sabia o quão importante é este ponto. Por isso ele disse:
Se adorar a Deus é aproximar-se dEle, pode-se entender a razão por que uma consciência culpada tem pouca disposição para cumprir sua obrigação de adorar a Deus. No momento em que um homem ou uma mulher se mete em qualquer caminho imoral e peca contra a própria consciência, se possuem qualquer luz na consciência, torna-se uma das coisas mais terríveis do mundo vir cumprir as obrigações da adoração a Deus.[38]
Portanto, a preparação para o culto público envolvendo uma vida santa é fundamental.
4.2. Percepção de quem Deus É
A percepção daquele que será adorado é um meio de contínuo preparo. Jeremiah Burroughs defende que é preciso “termos no coração uma correta percepção de quem é o Deus diante do qual vimos oferecer nosso respeito”.[39] Nos motivos para a preparação, ele mesmo estabeleceu que o Ser de Deus, Sua Majestade e Glória, são motivos para a preparação.
4.3. Cultos Domésticos e Privados
Nas palavras de Payne: “O culto familiar e o culto pessoal são, sem dúvida, duas das melhores maneiras de prepararmos diariamente nosso coração e mente para o culto público no Dia do Senhor”.[40] O culto doméstico, tanto diário no decorrer da semana, quanto entre os cultos (ou antes do culto), ajuda os crentes a prepararem seu coração. Igualmente, se pode dizer do culto privado (devocional). Isso é de tal importância que o Diretório de Culto de Westminster se preocupa em trazer tal orientação, dizendo: “que cada pessoa e família faça seus próprios preparativos, com oração em favor de si e pela ajuda de Deus para o ministro”.[41]
4.4. Ordenação dos negócios
Um quarto modo de preparação é organizar as tarefas ordinárias (“seculares”) e não se envolver com elas no Dia do Senhor. Este também é um dos modos de santificação do Sabbath Cristão. Fazê-lo é retirar toda coisa que possa distrair a atenção no culto. Burroughs orienta: “preparar o coração é desembaraçá-lo do mundo e de toda associação com o mundo [...] Quando digo deixar o mundo de lado, refiro-me a deixar de lado todas as atividades domésticas ou responsabilidades de trabalho e assim por diante”.[42] O puritano Lewis Bayly ensina que, como preparação, o crente deve “parar de trabalhar cedo na véspera, para que o seu corpo seja mais bem renovado e sua mente esteja mais bem preparada para santificar o Sabbath no dia seguinte”.[43]A importância disto também é vista no Diretório de Culto de Westminster.[44]
4.5. Leitura das Escrituras e de obras edificantes
Outro meio de preparação é a leitura da Escritura e a leitura de livros edificantes. O puritano Thomas Vincent, quanto a isso, orienta: “devemos ler as Escrituras e alguns outros bons livros, já que temos tempo, para nos encorajar melhor para o nosso culto público e solene”.[45] O Diretório diz que o tempo livre, entre os cultos, deve ser gasto em leitura[46] das Escrituras ou de livros que sejam edificantes à fé e à devoção e relembrando o sermão pregado.
4.6. Meditação
A meditação também é outra obra de preparação. Como Thomas Watson afirmou: “a meditação é um pensamento sério e solene sobre Deus. [...] é a elevação do coração às afeições sagradas”.[47] Na preparação para o culto público, Bayly orienta: “quando você se levantar, considere [medite em] quão impuro você é, e em que santo lugar você vai comparecer diante do santíssimo Deus”.[48] Enquanto você caminha para o local de culto – diz Bayly – medite que você está “indo à corte do Senhor, e vai falar com o grande Deus em oração. Você vai ouvir Sua Majestade falar-lhe por sua Palavra. E também vai receber a benção de Deus sobre a sua alma”.[49] Thomas Vincent recomenda que: “na manhã do sábado [cristão, o Dia do Senhor], devemos começar o dia com Deus, em santa meditação sobre as obras da criação de Deus, e especialmente sobre as obras da redenção, que foram completadas pela ressurreição de Cristo no dia de hoje”.[50] Igualmente, o Diretório de Culto também orienta que o tempo livre, entre os cultos, seja gasto em meditação.[51]
Para os puritanos, a meditação era o meio de se preparar para os elementos de culto (em especial, a Ceia).[52] A meditação ajuda “a ver a adoração como uma disciplina a ser cultivada”, bem como “a ouvir e a ler a palavra com proveito real”.[53] O Dia do Senhor deve ser utilizado para essa preparação com “generosos períodos de tempo de meditação”.[54] A meditação é feita antes e depois do culto público.[55]
4.7. Autoexame e Confissão
O autoexame, analisando o coração, e a confissão são elementos para a preparação para o culto público. Quanto a isso, Bayly adverte: “lembre-se de que Ele [Deus] vê o seu coração e odeia toda impureza e toda hipocrisia. Examine-se, pois, antes de ir à igreja, para ver os pecados que você cometeu na semana que passou”.[56] Portanto, “gaste o seu tempo em um autoexame. Utilizando-se dos Dez Mandamentos, o Sermão do Monte, ou outras porções éticas da Bíblia, examine sua vida para descobrir e confessar seu pecado”.[57] O autoexame é uma marca da preparação – em especial, para a Ceia.: “Visitemo-nos diante do espelho bíblico antes de nos achegarmos à mesa do Senhor”.[58] Por causa da importância disto, Jonathan Edwards separou um ponto de seu tratado sobre autoexame para tratar do autoexame no Dia do Senhor para o culto público.[59]
4.8. Oração
A oração, sem dúvida alguma, é um dos principais elementos da preparação para o culto. “Para nos preparar devemos vigiar e orar [...] Devemos preparar-nos para orar o dia todo neste sentido” – disse Jeremiah Burroughs.[60] O Diretório recomenda que o tempo livre, entre os cultos e antes deles, seja gasto em oração.[61] Igualmente orienta Thomas Vincent.[62]
Essa oração deve ser feita antes, durante e depois. Antes de durante em favor de si mesmo pela concentração e adoração sincera, pelo culto, os irmãos e o pregador. Durante, pelos mesmos pedidos anteriores. Depois, para que o que fora feito e ouvido tenha impacto sobre a vida do adorador e da Igreja.
4.9. A execução do serviço cúltico
A própria execução dos deveres cúlticos é um preparo para o próximo dever. Burroughs diz que “assim como um pecado prepara para outro pecado, assim um dever te prepara para executares o próximo” – encorajando aquelas pessoas que são tentadas a não prestar culto por desânimo.[63] Ele orienta: “não pare! Pois no próprio culto você recebe graça para o próximo”. Assim, prestar culto público prepara para o próximo culto. Owen adverte: “jamais vi prosperar espiritualmente um crente que negligenciasse a adoração pública”.[64]
4.10. Programar-se
Com exceção desta preparação e da ordenação das tarefas, todos os meios vistos até aqui têm um caráter espiritual. Estas que se excetuam têm um caráter prático/físico. No sábado, antes do Dia do Senhor, Joseph Pipa, refletindo o ensino puritano, orienta: procure cuidar dos detalhes. Planeje-se quanto à roupa, comida, horário, tempo de sono, combustível, e evitando atividades sociais aos sábados, que terminem tarde.[65]
Os puritanos pensavam da mesma forma. Bayly recomenda: “Cuide de levantar mais cedo nesse dia do que nos outros dias”.[66] O Diretório segue na mesma direção: “Que todas as pessoas se encontrem na hora prevista para o culto público, para que toda a igreja esteja presente no início, de um só coração se junte solenemente em todas as partes do culto público, e não saia senão depois da benção”.[67] E, ao chegar na hora, que procure, antes do culto, entrar no local de culto de maneira comedida e decorosa, sem conversas que lhe desviem do foco do culto.[68] Portanto, programar-se quanto às questões práticas também é uma preparação de valor espiritual para o culto público.
4.11. Conversas Santas
Os puritanos também consideravam as conversas sobre assuntos santos como um preparativo para o culto – antes, entre e depois dos cultos. Deve-se fugir de assuntos fúteis ou que sejam próprios dos trabalhos ordinários. Os assuntos devem ser aquilo que é de edificação à fé, em especial, ao que foi pregado. Bayly recomenda que, após o culto, os crentes conversem entre si (ou em família) examinando o que foi aprendido no sermão.[69] Tal exercício ajudará na concentração durante o sermão e a manter a mente voltada para o culto.
4.12. Anotações do Sermão e concentração na oração do ministro
Os dois últimos meios para a preparação e concentração no culto ocorre durante o culto por meio de anotações dos sermões e do prestar atenção nas orações feitas (o que é uma grande luta). Quanto aos sermões, Lewis Bayly orienta: “Enquanto o pregador estiver expondo e aplicando a Palavra do Senhor, olhe para ele. Pois é uma grande ajuda manter viva a sua atenção e cuidar de não se perder em pensamentos vagos”. Ele continua, para melhor proveito do sermão, anote: “A coerência e a explicação do texto; a essência ou o principal escopo do Espírito Santo neste texto; as divisões ou partes do texto; as doutrinas; e, em cada doutrina, suas provas, seus argumentos e seus usos”. Mas, se o pregador não for tão sistemático, Bayly ainda orienta, anote: “quantas coisas ele ensinou que você não sabia; e seja agradecido; que pecados ele reprovou [...]” etc.[70] Quanto às orações, Bayly orienta:
Quando começarem as orações, ponha de lado suas meditações privadas, e junte seu coração ao ministro e a toda a igreja, formando todos um corpo uno de Cristo (1 Co 12.12) e, porque Deus é Deus de ordem, Ele quer que tudo se faça na igreja de comum acordo e com um só coração (At 2.46), e que os exercícios da igreja sejam realmente comunitários e públicos (At 4.32).[71]
5. ADORANDO COM O CORAÇÃO E A MENTE: A FINALIDADE DA PREPARAÇÃO
A finalidade desta doutrina e prática é conduzir o coração do crente à concentração para uma plena devoção e proveito dos meios de graça. A falta de concentração e divagação é um problema real enfrentado por todo crente. O caráter pastoral dos puritanos os conduziram a instruir a igreja sobre como resolver este grande e comum problema.
A seriedade da temática é tamanha que o puritano presbiteriano Richard Steele, escrevendo um tratado contra as distrações mentais,[72] diz: “A terceira causa de distração no culto de Deus é a falta de preparo antecedente”.[73] Burroughs, igualmente, chega a afirmar: “Oh, como as coisas, mesmos as pequenas, afastam nossos pensamentos dos deveres santos! Qualquer coisinha, por menor ou mais insignificante que seja, distrai nossos pensamentos! Será que isso é santificar o nome de Deus?”.[74] Ele continua: “A razão por que as pessoas se queixam tanto da dificuldade de executar seus deveres é que seu coração não está preparado”.[75] Burroughs também alerta que Satanás pode se utilizar até de pensamentos bons, como outros textos bíblicos, para distrair o crente do serviço prestado.[76]
John Owen, igualmente, chama a atenção do crente: “Precisamos usar nossas mentes e nossos corações enquanto cultuamos [...] Vir ao culto cheio de outros pensamentos, ou ignorando quais pensamentos deveríamos ter, será dar surgimento à mornidão, à frieza e à indiferença”.[77] Portanto, a finalidade da preparação para o culto público é a concentração para uma adoração de mente e coração.
CONCLUSÃO
Foi exposta a doutrina e a prática bíblico-puritana da preparação para o culto público. “Essa é a preparação, ou a vigilância sobre os nossos pés, à qual se refere a advertência que Salomão nos faz para quando estivermos para entrar na casa de Deus (Ec 5.1)”.[78] Ela é motivada pela consciência do crente de que “não há lugar melhor do que estar com Deus. Quando entro na presença dele, seja em oração ou em qualquer serviço de adoração, percebo meu coração aquecido e vivificado”.[79] É motivada pelo desejo de ajudar os crentes que lutam e se afligem pela dificuldade de se concentrar nas ordenanças do culto.
Por causa de todo o exposto e do que está em jogo, a doutrina e a prática da preparação deve ser algo constante na vida do crente. E tudo isso deve animar o crente a buscar forças em Deus para se preparar. Guardando em mente a advertência pastoral de Thomas Watson: “use o dever, porém não o idolatre. Devemos usar os deveres que nos preparam para Cristo, mas não façamos de nossos deveres um Cristo”.[80]
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* Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Bacharelando em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN). Pós-graduado em Teologia Pastoral pelo SPN. Especializando-se em Pregação Expositiva pela Associação Bíblica Pregue a Palavra. Presbítero em disponibilidade na Igreja Presbiteriana do Brasil.
[1] LLOYD-JONES, Martyn. Os puritanos: suas origens e seus sucessores. São Paulo: PES, 2016. p. 283. JACKER, J. I. Entre os Gigantes de Deus. São Paulo: Fiel, 2016. p. 37.
[2] Ibid., p. 301.
[3] JACKER, J. I. Op. Cit., p. 36.
[4] Ibid., p. 301.
[5] WALKER, W. História da Igreja Cristã. (Vol. 2). São Paulo: ASTE, 1997. p. 94. JACKER, J. I. Op. Cit., p. 37, 39.
[6] LLOYD-JONES, Martyn. Op. Cit., p. 285.
[7] LEWIS abud BEEKE, Joel. PEDERSON, Rendall. Paixão pela Pureza. São Paulo: PES, 2010. p. 37.
[8] HULSE, Errol. Quem foram os puritanos: e o que eles ensinaram? São Paulo: PES, 2000. p. 42-43. BEEKE, Joel. PEDERSON, Randall. Op. Cit., p. 61.
[9] ANGLADA, Paulo. O princípio regulador do culto. São Paulo: PES, 1997. p. 12.
[10] John Owen afirma: “A apostasia do culto evangélico aconteceu de duas maneiras: ou por negligência e recusa de observar o que Cristo determinou, ou por acréscimo de maneiras de adoração que nós inventamos” (OWEN, John. Apostasia do Evangelho. São Paulo: Os Puritanos, 2002. p. 175. Jeremiah Burroughs: “qualquer coisa que inserimos na adoração a Deus precisa ter autorização da Palavra de Deus. [...] precisamos basear-nos naquilo que Ele ordena” (BURROUGHS, Jeremiah. Adoração Evangélica. Recife: Os Puritanos, 2015. p. 22). Thomas Watson: “A adoração divina deve ser da maneira como Deus mesmo a designou ou, então, será o oferecimento de um fogo estranho (Lv 10.1). [...] Certamente, nesse particular, tudo deve ser de acordo com o padrão prescrito em Sua Palavra” (WATSON, Thomas. A Fé Cristã: estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 23). Portanto, está claro que este era o princípio puritano de culto.
[11] BURROUGHS, Jeremiah. Adoração Evangélica. Recife: Os Puritanos, 2015. p. 21.
[12] Ibid., p. 48.
[13] CHARNOCK abud PACKER, J. I. Entre os Gigantes de Deus: uma visão puritana da vida cristã. São Paulo: Fiel, 2016. p. 418.
[14] OWEN, John. Pensando Espiritualmente. São Paulo: PES, 2005. p. 71.
[15] HYDE, Daniel R. O que é um culto reformado: por que em uma igreja reformada o culto é tão diferente da maioria das outras igrejas? Recife: Os Puritanos, 2012. p. 31. PAYNE, Jon D. No esplendor da santidade: redescobrindo a beleza da Adoração Reformada para o século XXI. Recife: Os Puritanos, 2015. p. 23.
[16] SWINNOCK abud PACKER, J. I. Op. Cit., p. 412.
[17] “O Senhor diz: ‘Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens’” (Isaías 29.13, NVI).
[18] Está pressuposto em todo o artigo que a preparação é para aqueles que estão em Cristo, unidos a Ele e que se achegam a Deus por meio de Cristo. A doutrina da preparação é o meio para se achegar a Deus. Mas, uma orientação pastoral para um culto agradável a Deus nos aspectos internos do homem.
[19] JACKER, J. I. Op. Cit., p. 38-39.
[20] LLOYD-JONES, Martyn. Op. Cit., p. 301.
[21] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p. 171, 185.
[22] RYKEN, Leland. Santos no Mundo: os puritanos como realmente eram. São Paulo: Fiel, 2013. p. 209.
[23] PACKER, J. I. Entre os Gigantes de Deus: uma visão puritana da vida cristã. São Paulo: Fiel, 2016. p. 399.
[24] VINCENT, Thomas. The Shorter Catechism of the Westminster Assembly Explained and Proved from Scripture. Disponível em: < http://www.shortercatechism.com/resources/vincent/wsc_vi_060.html >. Acesso: 04 ago 2017.
[25] Confissão de Fé de Westminster. Disponível em: < http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm >. Acesso em: 04 ago 2017.
[26] Catecismo Maior de Westminster. Disponível em: < http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismomaior_westminster.htm >. Acesso em: 04 ago 2017.
[27] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p. 73, 75.
[28] OWEN, John. Op. Cit., p. 70.
[29] Gospel Worship – Or The Right Manner of Sanctifying the Name of God in General
[30] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p. 75-82.
[31] Vemos que as Escrituras consideram a sinceridade do coração como sendo a preparação para a adoração, e consideram a falsidade do coração como sendo a não preparação por parte da pessoa. [...] As Escrituras consideram a retidão do coração como a preparação para os deveres, e a falsidade do coração do homem como o seguinte: ele não se esforça para preparar o próprio coração para Deus e sua adoração (Ibid., p. 79).
[32] WATSON, Thomas. A Ceia do Senhor. Recife: Os Puritanos, 2015. p. 47.
[33] Afirmou Swinnock: “se quiseres deixar teu coração com Deus, no sábado à noite, então poderás achá-lo com ele pela manhã no Dia do Senhor” (SWINNOCK apud PACKER, J. I. Op. Cit., p. 399).
[34] Jon Payne, refletindo essa mentalidade, diz que “todo Dia do Senhor, um pouco antes do início de nossos cultos da manhã e da noite, a nossa congregação reserva alguns breves momentos preparando-se para a adoração” (PAYNE, Jon D. Op. Cit., p. 17).
[35] PACKER, J. I. The puritan approach to worship. Disponível em: < https://www.the-highway.com/Puritan-worship_Packer.html >. Acesso em: 04 ago 2017.
[36] BURROUGHS, Op. Cit., p. 73.
[37] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p. 83.
[38] Ibid., p. 56.
[39] Ibid., p. 82.
[40] PAYNE, Jon D. Op. Cit., p. 34.
[41] O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 51.
[42] BURROUGHS, Op. Cit., p. 83-84.
[43] BAYLY, Lewis. A prática da piedade. São Paulo: PES, 2010. p. 268.
[44] “O Dia do Senhor deverá ser lembrado com antecedência, de tal forma que todos os trabalhos mundanos de nossas vocações ordinárias estejam tão organizados, e tão afastados de nossa mente na ocasião, que não constituam impedimentos à santificação devida do Dia quando ele chegar” (O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 51).
[45] VINCENT, Thomas. Op. Cit.
[46] O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 52.
[47] WATSON, Thomas. A Christian on the Mount: A Treatise Concerning Meditation. Disponível em: < http://gracegems.org/Watson/christian_on_the_mount.htm >. Acesso: 05 ago 2017.
[48] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 269.
[49] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 273.
[50] VINCENT, Thomas. Op. Cit.
[51] O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 52.
[52] BEEKE, Joel. JONES, Mark. Teologia Puritana: doutrina para a vida. São Paulo: Vida Nova, 2016. p. 1064.
[53] BEEKE, Joel. JONES, Mark. Op. Cit., p. 1278.
[54] BEEKE, Joel. JONES, Mark. Op. Cit., p. 1266.
[55] Lewis Bayly também orienta: “Quando estiver voltando para casa, ou quando já estiver chegando, medite um pouco mais nas coisas que ouviu. E, assim como os animais limpos ruminam (Lv 11.3), traga de novo à memória o que você ouviu na igreja” (BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 278).
[56] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 269.
[57] PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. Recife: Os Puritanos, 2000. p. 211.
[58] WATSON, Thomas. Op. Cit., p. 48.
[59] EDWARDS, Jonathan. Particular subjects of self-examination--The Lord's day--God's house. Christian Cautions and The Necessity of Self-Examination, Revised Edition (With Active Table of Contents) (Locais do Kindle 385-387). Edição do Kindle.
[60] BURROUGHS, Op. Cit., p. 85.
[61] O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 52.
[62] “Especialmente, devemos orar em secreto e em família, pela presença de Deus em suas ordenanças, e para que Deus ajude Seus ministros, que são a sua boca, para nós. E que Ele nos ajude em uma performance sincera e saudável de deveres públicos, para que possamos obter mais conhecimento, experiência e mortificação, mais graus de graça e mais comunhão com Deus” (VINCENTE, Thomas. Op. Cit.).
[63] BURROUHGS, Jeremiah. Op. Cit., p. 100.
[64] OWEN, John. Pensando Espiritualmente. São Paulo: PES, 2005. p. 70.
[65] PIPA, Joseph. Op. Cit., p. 206-209.
[66] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 269.
[67] O Diretório de Culto de Westminster. Recife: Os Puritanos, 2013. p. 51.
[68] Ibid., p. 27.
[69] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 279.
[70] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 275.
[71] Ibid., p. 274.
[72] BEEKE, Joel. PEDERSON, Randall. Op. Cit., p. 672.
[73] STEELE abud PIPA, Joseph. Op. Cit., p. 210.
[74] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p.
[75] Ibid., p. 87.
[76] Ibid., p. 134.
[77] OWEN, John. Op. Cit., p. 70-71.
[78] BAYLY, Lewis. Op. Cit., p. 274.
[79] BURROUGHS, Jeremiah. Op. Cit., p. 63.
[80] WATSON, Thomas. Op. Cit., p. 63.